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Como ser Aprovado?

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Acabei de assistir o judoca Eduardo Santos chorando, dizendo que não foi competente para derrubar o adversário. Isso não existe... o sujeito chegou às Olimpíadas! Venceu três lutas por ippon, perdeu uma por imobilização e, nessa em que foi derrotado pela segunda vez, o foi por votação dos juízes. Aliás, nem concordei com os juízes, mas isso é outro assunto.

O Eduardo é um herói, lutou bem, bravamente. Não deveria ficar tão triste.

Outro judoca, o João Derli, lamentava-se por ter desapontado a torcida. A mim, não, não desapontou. Eu tenho orgulho dele, campeão mundial, assim como tenho orgulho do Eduardo Santos, que me representou muito bem em Pequim. São grandes lutadores, e ponto. Ou melhor, e ippon.

João e Eduardo são dois vitoriosos. Envio a eles meu aplauso e admiração.

Caso que mexeu comigo foi outro, o do Rogério Clementino.

Rogério Clementino, o primeiro cavaleiro negro classificado para competir em uma prova Olímpica de hipismo pelo Brasil, disse que ainda não parou de chorar desde que viu seu sonho de participar dos Jogos acabar às vésperas da competição. O cavalo Nilo, que seria montado por Clementino, na prova de adestramento, foi desclassificado na segunda-feira, por apresentar um trote irregular. Com isso, Clementino ficará de fora das provas de adestramento, que ocorrerão no final da próxima semana.

"Ainda não parei de chorar até agora", disse ele em entrevista à BBC Brasil, nesta terça-feira. "É um choque muito grande ficar assim de fora das Olimpíadas na véspera", lamenta Clementino.

Impossibilitado de montar, Clementino acabou não conseguindo entrar para a história como o primeiro cavaleiro negro do Brasil a competir em uma Olimpíada.

Sem ressentimento dos juizes, Clementino se conforma: "esse tipo de julgamento acontece. É do esporte. Não acho que teve preconceito".

Clementino conquistou a medalha de bronze por adestramento em equipe nos Jogos Pan-Americanos do Rio em 2007, e já é um vencedor de várias maneiras, mas confesso que eu mesmo quase chorei de imaginar a situação pela qual ele está passando.

Ele trabalha como professor de equitação no haras do empresário Victor Oliva em Araiçoaba da Serra, no interior de São Paulo, e se desdobra para treinar nas horas livres entre as aulas. Mesmo abalado por ter a sua participação frustrada nestes jogos, Clementino demonstra forte determinação e otimismo para o futuro.

"De uma derrota (como essa) nasce uma grande vitória. Deus sabe o que faz e eu tenho fé. Se não era para ser dessa vez, paciência", disse.

Ainda segundo Clementino: "Não dá para ficar se lamentando, o negócio é erguer a cabeça e trabalhar. Aproveitar a oportunidade de estar aqui para observar e aprender com os 'feras' do esporte e melhorar daqui pra frente", motiva-se.

Clementino já está pensando nos Jogos de Londres em 2012, e tem recebido o apoio da esposa, que está dando "muito apoio" e "orando muito" por ele, segundo disse à BBC.

Por fim, disse: "Creio muito em Deus. O sonho olímpico não acabou. Isso aqui é apenas o começo", afirma com convicção.

Eu, William, também recebi de Deus muita força nos momentos mais difíceis. Uma forma de agradecer é distribuir gratuitamente nas minhas palestras as partes da Bíblia que me ajudaram nos momentos de crise.

Estou certo de que o Clementino também está extraindo forças do sobrenatural, para passar por este momento. Ao contrário do João e do Eduardo que não pode nem mesmo competir!

Bem, mas é um herói, mais um. E, repetindo para todos os leitores a lição que ele nos ensina: "Não dá para ficar se lamentando, o negócio é erguer a cabeça e trabalhar. Aproveitar a oportunidade de estar aqui para observar e aprender com os 'feras' do esporte e melhorar daqui pra frente". Na hora do revés, a lição é simples: "Creio muito em Deus. O sonho não acabou. Isso aqui é apenas o começo."

Para a reportagem completa, ver www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080812_cavaleiro_negro_dg.shtml

No livro que escrevi junto com Diego Hypolito e seu técnico, Renato Araújo, o Diego diz que não é um campeão por ter uma medalha de ouro. As medalhas podem vir ou não. Ele é um campeão por fazer o que gosta, por se esforçar, por ser feliz. E, mais, Diego diz que a vida de um campeão mundial "é feita mais de derrotas do que de vitórias" (Extraído de Criando Campeões, Ed. Thomas Nelson Brasil).

Diego está classificado para as finais... não sei se trará medalha ou qual. Mas como disse Thiago, nosso medalhista de bronze, medalha não tem cor, tem nome. E como disse Diego, e isso serve para o Clementino, sua maior vitória foi conquistar o direito de ir às Olimpíadas, e isso todos os atletas aqui mencionados conseguiram.

Por tudo, são campeões, o melhor que a nossa raça e nossa brasilidade podem construir. Que o exemplo deles de esforço, determinação, coragem e busca pela excelência nos inspirem no cotidiano.

Hoje, essa coluna é uma homenagem a Eduardo, João, Clementino, Diego e Thiago.

Assina o fã,

William Douglas

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Lepra e concurso público

William Douglas, professor, juiz federal, escritor.

Se você não é religioso, não se assuste com este texto, ele parece, mas não o é. Por outro lado, se você é religioso, deixe de lado o paradigma da religião e foque em comentários que, embora sobre um texto bíblico, abordam não religião, mas princípios. Embora cristão, não vou falar dos ensinos religiosos de Jesus, mas de princípios que podem ser extraídos dos acontecimentos em que ele esteve envolvido e que se aplicam à vida cotidiana e, conseqüentemente, ao concurso público.

Primeiro, peço que leiam o texto abaixo, onde se escondem os 3 momentos da superação e do sucesso:

"De caminho para Jerusalém, passava Jesus pela divisa entre Samaria e Galiléia. Ao entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos, que ficaram de longe e lhe gritaram, dizendo: Jesus, Mestre, compadece-te de nós! Ao vê-los, disse-lhes Jesus: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados. Um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz, e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, agradecendo-lhe; e este era samaritano. Então, Jesus lhe perguntou: Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove? Não houve, porventura, quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou" (Lucas 11: 17-19; Versão: João Ferreira de Almeida, revista e atualizada - ARA - e NVI ).

Só para se entender, Jesus era judeu e, naquela época, os judeus e os samaritanos não se davam. Assim, ao andar na fronteira entre um território cheio de samaritanos (obviamente, a Samaria) e outro, de judeus (a Galiléia), havia muita chance de incidentes. O interessante é que Jesus resolveu chegar às margens de sua região. Sempre que alguém quer fazer algo novo, precisa se colocar à margem, no extremo de si mesmo. Normalmente muda, melhora ou cresce quem se coloca à margem, na fronteira, quem se arrisca um pouco. A Bíblia chega a dizer que "é dos valentes a riqueza", bem entendida a riqueza como algo com várias dimensões, sendo a menor delas o dinheiro. O bem estar, a saúde, a família, o equilíbrio, todos são formas de riqueza, para cuja obtenção é preciso coragem, valentia.

Estar no extremo é perigoso, arriscado, trabalhoso, cansativo, algo que nos expõe, mas a única forma de romper as nossas fronteiras internas, emocionais, pessoais e, em razão dessa passagem, de romper as fronteiras de nossa existência externa, material, profissional, empreendedora e transformadora da realidade.

Se não bastasse ir para um lugar de pessoas discriminadas, Jesus aceitou conversar com leprosos, que de longe lhe pediram socorro. A Lei e os cuidados sanitários proibiam que os leprosos se aproximassem de quem fosse são, por isso ficavam a distância. Não tendo temido as margens geográficas, interessante a atitude daquele rabi de ouvir quem estava à margem da sociedade.

Pois bem, os leprosos pediram que Jesus os curasse. Cura. Todos nós precisamos de alguma. O concurso "cura" uma série de problemas, desde o desemprego ou subemprego até a falta de auto-estima, desde a falta de dinheiro ou de estabilidade até a de realização profissional. A aprovação inclui qualidade de vida, sensação de realização e a chance de servir ao próximo.

A questão é se o que aconteceu naquele longe recanto do mundo ensina algo sobre como passar em concursos. E, a meu ver, ensina. A resposta ao pedido de cura foi clara: "Vão, mostrem-se aos sacerdotes e peçam que examinem vocês. Essa era a forma como alguém cuja lepra tivesse regredido poderia voltar ao convívio social: mostrar-se ao sacerdote, o qual, verificando a cura, liberava a pessoa.

Reparem que Jesus não os curou quando pediram a cura. Aliás, aqueles leprosos podiam ter desejado a cura, mas se não a pedissem não teriam conseguido nada. O início do processo de mudança ou restauração é um desejo, mas um desejo concatenado. É querer, mas um querer que se manifesta. Só pensamento, só desejo, sem ações externas, nada conseguem.

Quando Jesus mandou que eles fossem até os sacerdotes, foi preciso fé, foi preciso confiança. E aqui se completa a primeira fase do sucesso em qualquer projeto, inclusive nos concursos: Desejo, vontade, confiança que, acreditando em algo, se movimenta. Eles queriam a cura, eles pediram a cura, eles procuraram alguém que tivesse algum caminho a indicar e, seguindo a orientação, eles, - acreditando nela - se puseram em marcha. Eles quiseram... e confiaram.

O primeiro passo para vencer é querer e confiar.

Então, eles se puseram em marcha. Mas, não bastava apenas confiar, não bastava apenas a fé, não bastava apenas o otimismo, a crença. A fé é apenas o primeiro passo, mas sozinha não muda o mundo. É preciso se pôr a andar, enfrentar a estrada. Quando os dez leprosos, acreditando em sua cura, se colocaram a andar aconteceu algo mágico: O movimento os curou. A versão NVI fala: "Enquanto eles iam, foram purificados." A versão ARA diz: "Aconteceu que, indo eles, foram purificados." A cura se operou na marcha, no caminho. Estou convencido de que a maior parte dos milagres e a totalidade das realizações humanas só se concretizam quando a pessoa ou um grupo de pessoas se coloca em movimento.

Outro caso claro ocorreu quando Moisés clamou por socorro a Deus e a resposta vinda dos céus foi "- Por que clamas a mim, Moisés? Diga ao povo de Israel que marche". Quando o povo marcha, então o mar se abre (Êxodo, cap. 14 e seguintes). Como já disse em outro texto meu, entre a escravidão e a terra que "mana leite e mel" sempre existem um mar e um deserto. E só chegam à "Terra Prometida" aqueles que se dispõem a confiar que um dia chegarão... e se põem a marchar. Os oceanos se intimidam diante de alguém que marcha em direção a eles; os problemas se derretem de medo daqueles que os enfrentam. É a marcha que ensina, que dá experiência, que dá substância, que dá moral e merecimento. É a marcha que cura, é a marcha que conduz à vitória. Não há um momento de cura: a cura é um processo.

O segundo passo para vencer é marchar.

Por fim, após a soma da fé e da caminhada, os leprosos conseguiram o que desejaram. Estavam curados. Então, manifestando uma condição natural e miserável da Humanidade, de dez leprosos apenas um retorna para agradecer. Maquiavel chega a dizer que "as pessoas têm dificuldade em agradecer e facilidade em se vingarem por que gratidão é um dever e a vingança um prazer". Curiosamente, o único que voltou para agradecer era samaritano, exatamente aquele que era discriminado. Não há espaço aqui para elocubrar sobre por quais razões aqueles nove judeus curados não voltaram para agradecer, mas a perplexidade por isso é um registro a ser feito. Eu tenho reparado o quanto uma pessoa discriminada e sem oportunidades rende bem quanto alguém lhe abre uma porta. A gratidão é apenas uma das formas de concretização disso.

A este único que voltou para agradecer, Jesus diz: "Vai, tua fé te salvou". De repente, surge um novo degrau: todos os dez tiveram a cura da lepra, mas aquele único recebeu algo mais. A lepra não era o pior problema, embora o mais fácil de ser visto; a "salvação" foi apenas para quem agradeceu.

O terceiro passo do sucesso é a gratidão.

Talvez esse seja o mais difícil, pois sua exigência só se perfaz após o sucesso. Costumo dizer que as derrotas são melhores professoras que as vitórias, e que o triunfo é um ser muito mais difícil de se lidar do que o fracasso em algum projeto. Não são poucos aqueles que se deprimem, frustram e angustiam depois de terem vencido na vida. Não é fácil vencer, porque vencer muda os cenários, as perspectivas. Quem vence alcança suas metas... mas como viver sem elas? Acomodar-se? Criar novas? Viver escravo de novas metas, cada vez maiores?

O servidor público tem novos desafios já no primeiro dia depois de sua nomeação e posse. Novas preocupações também. E se não aprender a ser grato, provavelmente não será "salvo". Como falo no último capítulo do livro "A arte da guerra para provas e concursos", disponível gratuitamente em minha página (www.williamdouglas.com.br), a vitória nos concursos vai nos levar à "guerra dos espelhos silenciosos", que se dá quando, em algum momento, nos olhamos no espelho e nos indagamos quem somos, onde estamos, se somos felizes.

Quem quiser agradecer na seara dos concursos, seja um bom servidor. Assim como os dez leprosos tinham resolvido a lepra, quem passa já resolveu sua vida. Mas é preciso completar o ciclo para ser "salvo": é preciso agradecer, e não há melhor agradecimento do que ser um bom servidor, honesto, educado, cumpridor da sua parte. Não ache que basta passar e resolver a própria vida. Há leis espirituais que são inexoravelmente cumpridas. Não são leis religiosas, pois destas é possível livrar-se pela própria vontade. As leis espirituais são tão inexoráveis, ou mais, que as físicas. Entre elas temos a gratidão, a lei da atração, a lei do retorno, o princípio do vácuo etc.

Seria desonesto da minha parte falar sobre como se passar em provas e concursos e não alertar que depois da aprovação ainda existe um passo gigantesco a ser dado, não para a aprovação (curar a lepra), mas para a salvação da alma (não do ponto de vista religioso, mas emocional, pessoal e moral). Depois da aprovação, seja grato.

E como ser aprovado?

Bem, é preciso ter fé, querer, desejar com ações concretas... e colocar-se em marcha. Pois é indo pelo caminho que somos curados. Depois, curados do que é visível, nossos desafios são imateriais, e nessa hora o retorno, a gratidão e a devolução é o que nos salva de nós mesmos, o que nos liberta para uma nova dimensão.

Já foi dito que "é fácil comandar homens livres, que basta mostrar-lhes o caminho do dever". Eu diria que é fácil mudar o mundo com homens livres (ou seja, que querem, que marcham, que são gratos e devolvem o bem): basta deixá-los caminhar.

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Concurso é a Morte

Faz algum tempo, li uma pessoa dizendo que "concurso não é a panacéia de todos os males". Gostei, realmente não é.

O que me motivou a escrever o texto de hoje foi ouvir uma criatura dizer que acha o concurso "a morte de todos os sonhos e talentos".Ui.

O que me preocupa é que algum concursando ouça essas frases pessimistas e, por estar cansado ou mal esclarecido, acredite nelas.

Se fazer concurso acreditando já é difícil, imagina com os conceitos errados!

Quem for prestar concurso precisa acreditar que essa opção vale a pena. Se não for assim, melhor nem tentar: a pessoa deve investir no que realmente acredita.

Eu acredito em concursos e direi o porquê neste artigo.

Outra coisa que me preocupa é a pessoa que começa a falar mal dos concursos assim como a raposa concluiu que "as uvas estão verdes".

Sempre digo que concurso resolve uma série de problemas, mas não todos, e também costumo dizer, nas palestras, que "ser feliz é melhor do que passar em concursos". Meio-plágio da frase do meu amigo Roberto Shinyashiki.

Aliás, eu, ele, o Lair Ribeiro e o Augusto Cury temos boas relações de amizade e estamos acostumados às críticas rotineiramente direcionadas aos autores chamados de "auto-ajuda". Já pensei em escrever sobre isso: o preconceito contra o estilo "auto-ajuda", mas este não é o tema de hoje.

Na verdade, o crescimento dos concursos públicos gerou também o crescimento dos que atacam essa opção. Não me refiro aos inimigos históricos dos concursos: o nepotismo, o cargo em comissão, o padrinhamento político, o fisiologismo, os "concursos" fajutos, as fraudes, as seleções por currículo, a imoralidade das ONGs e assim por diante. Há inimigos novos: as pessoas que dizem que concurso não é isso tudo, não é aquilo, é a morte dos sonhos e dos talentos, que o Brasil precisa disso e daquilo.

Ora, claro que o Brasil precisa disso e daquilo. Precisa de bons engenheiros, bons administradores, empresários, artistas, escritores, marceneiros. Precisamos de tudo.

O que não precisamos é informação equivocada.

Também precisamos de bons servidores públicos: competentes, dedicados, talentosos, pessoas que saibam servir, que cumpram o dever, que sejam honestas, que não sejam arrogantes, que tratem as pessoas como gostariam de ser tratadas. Pessoas que façam sua parte e, depois do expediente, façam o que preferirem.

O concurso não é a morte de todos os sonhos e talentos. Primeiro, porque conheço gente que sonhou a vida toda em ser delegado de polícia, e hoje é. Conheço quem quis ser dentista, e hoje é dentista do Tribunal, da Marinha etc. Para eles, não foi a morte do sonho.

E o talento? Por exemplo, é preciso talento para ser um bom policial. Outro dia, na Ponte Rio - Niterói, vi uma equipe trabalhando tão bem diante de um acidente e, em seguida, incidente (briga, bêbados, abusados etc), que tive orgulho da Polícia Rodoviária Federal.

Tudo gente nova, concursada, trabalhando de um jeito primoroso. Pessoas talentosas. Pode ser que façam outros concursos (um deles me contou que está fazendo Direito...), mas pode ser que sejam como minha Diretora de Secretaria, na 4ª. Vara Federal de Niterói, que optou por não fazer outros concursos e ser, com orgulho, competência e talento, o que é: serventuária da Justiça.

Assim, informo que há muita gente com sonho realizado, e muita gente talentosa, trabalhando no serviço público. Tenho orgulho deles.

Esses servidores continuam vivendo num país em guerra civil, com uma carga tributária vergonhosa, tendo que resolver os problemas de saúde, família, amor, além dos outros que surgem diariamente, mas com estabilidade, bons salários e uma série de prerrogativas.

E servem ao povo. Servir ao povo é uma bela carreira.

Ah, e aquele sujeito talentosíssimo para a outra coisa e que se deixou morrer no serviço público?

Bem, a culpa - se existe - é dele, não do serviço público. Eu conheço vários que trabalham dignamente no serviço público e se dedicam a outros prazeres fora do expediente.

E estão com as contas pagas. Ou o poeta vive só da poesia, o que é bonito, ou o poeta pode ser poeta e servidor público (como, por sinal, é tradição brasileira ter grandes escritores no serviço público). Que mal há nisso?

Conheço quem virou AFRF até montar seu consultório dentário e depois pediu exoneração, aliás, abrindo mais uma vaga para quem vinha chegando. O concurso, para ele, foi o que possibilitou a realização de um sonho ("a porta para o sonho"). E conheço até quem é juiz federal e trabalha à noite e nos finais de semana falando sobre como passar em concursos. Prazeres diferentes e concomitantes.

Vou falar um pouco do meu caso. Eu amo ser juiz federal. Tenho orgulho disso, me sinto útil servindo à coletividade, tenho uma excelente produtividade (graças não só a mim, mas a uma equipe extraordinária de servidores competentes, dedicados e talentosos), uma série de prerrogativas etc. E nem por isso todos os meus dias são cor-de-rosa.

Há dias em que acho muito bom ser juiz, e há outros em que quero largar tudo. Tenho um dos cargos mais cobiçados da República e nem por isso estou livre de dias ruins. Há dias ensolarados e dias sombrios; dias em que acho que vale a pena ser juiz, outros em que acho que não.

O fato é que o serviço público não é o único oásis onde bebo. Tenho outros sonhos, projetos, família, igreja, poesia, corrida etc. Nem o sujeito que só quer ser juiz ou delegado pode se dar ao luxo de esgotar toda sua existência em apenas um oásis.

Assim, eu sou um caso de alguém que pagou o preço para passar, que trabalha como servidor e que também investe sua vida em outros projetos.

Se quiser ser só poeta e não separar tempo para trabalhar noutra coisa, tudo bem; eu que peça exoneração e vá viver minha vida. Mas se não consigo ou banco viver só de e da poesia, a culpa é minha: não devo ficar reclamando da vida nem da outra coisa que eu for fazer.

Isso me cansa: pessoas que ficam reclamando de tudo em vez de resolverem suas vidas.

Você pode decidir: se quer ser poeta e tem asco de fazer outra coisa, vá ser poeta e não reclame da vida. Terei orgulho de você. Mas se quer ser poeta e acha que pode estudar, passar em um concurso, e ser um poeta que tem estabilidade, bons vencimentos etc, que serve ao semelhante durante parte do seu dia, você é um concursando em potencial. Faça o que tiver de ser feito e seja poeta e servidor público. Também terei orgulho de você.

Seu prazer é outro que não a poesia? Hum... a arte, qualquer delas, a música, a dança, os passeios, o convívio com os filhos? Escolha: a poesia pode tomar qualquer formato. Não sou um parnasiano.

Hoje escrevi para dizer que o concurso pode ser o sonho, ou o caminho para o sonho, ou só a forma honesta e digna de pagar suas contas. Não importa. Se o seu sonho é outro e nele não há lugar para o concurso, não sinta culpa: vá viver sua vida. Mas por favor, não fale das pessoas que optaram pelo concurso como uma carreira, um caminho ou um ganha-pão.

No poema "O convite", Oriah Mountain Dreamer diz: "Não me interessa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem. Quero saber se, após uma noite de tristeza e desespero, exausto e ferido até os ossos, é capaz de fazer o que precisa ser feito para alimentar seus filhos".

Se você só está no concurso para alimentar seus filhos, cara, eu tenho orgulho - muito - de você.

Se você está aqui, no serviço público, de passagem ou para bancar outros sonhos, ótimo também. Espero que seja um bom servidor, tanto quanto o que só fez concurso pelos vencimentos.

Se quer ser servidor mesmo, se é seu sonho, eu quero lhe dizer que você escolheu uma carreira honrosa, digna, útil ao país e ao planeta.

Em suma, eu não quero saber se você, concursando, está cansado ou se o que quer é alimentar os sonhos, os filhos ou outra coisa. Também não me importa onde mora ou o quanto ganha, pois sei que a felicidade, assim como sua rival, se esconde em todos os bairros e em todas as contas bancárias, qual seja o tamanho que venham a ter.

Também sei que quem passa em concurso melhora de vida.

Eu escrevo para dizer que tenho orgulho de você, concursando, que está fazendo o que precisa ser feito, pelos seus motivos (pois, afinal de contas, a vida é sua).

Não se assuste nem melindre com pessoas sem paciência, sonho, garra ou problemas suficientes para ir em frente e escolher um caminho para se resolver.

Não tenho grande apreço por quem não faz uma coisa, não desiste dela, e ainda não aprendeu a respeitar as decisões que você tomou.

Se você é um concursando, eu tenho orgulho de você.

Tenho visto muitos concursandos sofrendo... a coisa é trabalhosa. Tem hora que parece que está roendo até os ossos. Sim, mas e daí? Como digo no livro sobre Maratona, são os fortes que sentem dor. Os fracos desistem. Se você está "ralando", sofrendo, é porque é forte. Um sujeito mais fraco já teria arrumado uma desculpa, ou um culpado, e caído fora.

Como diz meu mantra, "a dor é temporária, o cargo é para sempre".

Continue assim, fazendo a coisa certa, se aperfeiçoando, estudando, treinando, que o cargo será seu, mais cedo ou mais tarde.

Uns estão estudando e fazendo as provas, outros estão fazendo discursos, críticas e observações maldosas, invejosas, medrosas etc. Wilde disse que "estamos todos na sarjeta, mas alguns estão olhando as estrelas".

Eu estou olhando as estrelas das armas da República. Eu a represento como juiz federal, você vai representá-la, mais cedo ou mais tarde, em algum cargo, emprego ou função, todos nobilíssimos, para quem tem garra e coragem de ir em frente.

Parece ufanismo? Não sei se algo que acontece, que funciona, pode ser chamado de ufanismo. Concurso funciona.

Parece coisa de autor de auto-ajuda? Tudo bem, eu sou autor de auto-ajuda, então.

Sem problema, eu não tenho vergonha, mas antes um justo orgulho de poder ajudar o próximo. Técnicas? Estão nos livros.

Motivação? Também. Afinal, como disse, não tenho problemas em ser tachado de autor de auto-ajuda por, de fato, exercer essa tarefa em parte de meu cotidiano. Ter sucesso em concursos, em qualquer coisa, demanda uma combinação de motivação e de técnicas. Eu trabalho com ambas e estou feliz com os resultados. Funciona, simplesmente funciona.

Antes isso do que ficar falando de quem está correndo em busca de alguma coisa.

É preciso buscar a própria felicidade. O concurso é uma opção válida. Se você quer fazer, faça direito; se não quer, respeite a opção de quem quer e gaste suas energias naquilo em que acredita.

O importante é cada um buscar sua felicidade.

Para concluir, uma sugestão para você, concursando: se alguém estiver lhe aborrecendo com essas historinhas de que concurso é uma coisa ruim, sugiro que imprima esse texto e entregue à pessoa, com meu carinho e meu abraço. Peça para ela deixar você tocar sua vida, fazer suas escolhas, colher os frutos que cada escolha proporciona. Peça para ela não ser uma rádio que toque uma música fúnebre ou desagradável. Ou o silêncio ou elogios, ok?

Como dizia Ted Turner, "lidere, siga ou saia do caminho".

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